terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

desilusão


Custou. Custou chegar à escola e saber que andaram a espalhar o que me tinha acontecido. Custou porque pensava que ela era minha amiga, apesar de naquela noite já me ter desiludido. Andou a contar porquê? Para além de não saber nada, não tinha o direito de contar uma coisa minha, sem sequer me ter ajudado, nem sequer uma mensagem foi capaz de mandar a perguntar se estava bem. Fogo; que desilusão. Pensava que ela era minha amiga, mas não. Pessoas que eu nem conheço ficaram o tempo todo comigo, e ela só soube passar e gozar, magoa.
Já não a vejo da mesma maneira, perdi toda a consideração por ela. Da próxima vez que disserem que ela tem um feitio impossível, não a vou defender. Aliás, nunca devia ter defendido, mas agora vejo isso. Não tenho culpa de confiar em quem não devo, ou então tenho. Depois de toda aquela barreira que criei para não me desiludir com as pessoas da nova escola, tinha que começar a confiar logo nas piores. Mas visto pelo lado positivo daquela noite horrível - se nada daquilo tivesse acontecido, talvez não teria chegado à conclusão de quem merece mesmo a minha amizade e confiança. Ainda bem que estiveste lá sempre a meu lado, fogo, obrigada amor. Obrigada mesmo.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

sou mesmo parva


Desculpa ter estragado a tua noite, não queria que nada daquilo tivesse acontecido. Foi um grande disparate, e arrependo-me muito, estou cheia de vergonha. Era par ter sido um dia memorável, por boas razões, não por razões deprimentes.
Está bem que todos erramos e tal, mas eu não costumo errar, e quando erro, é um erro pequeno, não um erro como o de sábado. Um erro maior quase que era impossível. Mas ainda bem que estavas lá comigo, e eu sei que não me deixaste um único segundo, eu também não deixava, mas obrigada. Deu para ver quem é que é realmente meu amigo, obrigada a todos, e desculpem. Logo eu, que sou a menina certinha, que vergonha. Hoje não fui à escola, mas amanhã não posso continuar a fugir, e vou ter que ir. Não quero encarar. Eu sei que disseram que ninguém me ia julgar, e também se alguém se atrever a gozar ou rir, pode me esquecer.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

quase parabens


Mal consigo acreditar que amanhã já faças 18 anos. Parece que foi ontem, que te vi naquela árvore; tinhas 12 aninhos, e agora já és quase adulto. Fico feliz por passar este dia tão especial a teu lado. Espero que seja um dia espetacular para ti, e que delires com o meu presente, custou muito a arranjar. Foi, e é, a teu que passo os momentos mas felizes. É verdade que já me fizeste sofrer muito, a nossa relação já passou por muitos altos e baixos, mas isso só a tornou mais forte. Não me arrependo nada de te amar, ajudei-te a crescer, e estou orgulhosa de ti, do homem que te tornaste. Obrigada por fazeres parte da minha vida, e me deixares fazer parte da tua. Amo-te meu docinho

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

farta


Amor, as coisas com ela nunca foram fáceis, e, 19 anos depois chego à conclusão que nunca vão ser. As coisas nunca vão ser normais, como as outras mães e as outras filhas. 
Se fico chateada quando estranhos dizem que fiz algo que eu não fiz, ou que dizem que eu menti e não menti, fico muito mais chateada e desiludida quando é a minha própria mãe, a dizer que menti, quando isso não é verdade.
Faz-se de coitada para toda a gente. É coitada porque teve uma infância difícil, porque teve um casamento falhado, porque não tem amigos, porque não tem emprego, porque é doente, e ainda porque a filha nunca faz nada. Para ela nunca faço nada, e se faço está sempre mal. Quando lhe conto alguma coisa que fiz, no meu dia-a-dia, diz logo que fiz mal. Por isso já não lhe conto mais nada, se já contava pouco, então agora é mesmo nada. Também vou contar para quê? Para ela dizer que é mentira? Dispenso
Agora mais que nunca preciso do teu jantar, para desanuviar e ter um tempo só para mim, sem gritos, sem desconfianças, sem discussões. Não quero pensar mais nela, no que ela quer, ou no que a faz feliz. Só quero fingir que ela não está no quarto ao lado.
Pedi-lhe para não me falar mais, e tecnicamente não fala, só diz "faz isto", "faz aquilo", para variar.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

até ao ponto de partida


Gostava de amanhã esquecer tudo. De ter coragem para ficar à porta da sala à tua espera, e dar-te um beijo como se não te visse à séculos. Depois de leres o ultimo post voltaram as discussões, e eu cheguei à conclusão que não quero voltar a falar mais disto, tu também não deixas. Se um dia explodir, vai ser para um dos lados, tu ou ela, e espero que não seja o teu. Estou farta de tentar explicar-te o meu lado e tu não quereres nem ouvir. Não quero mais discussões, estávamos tão bem. Quero voltar ao sábado passado e ao sair do teu quarto. Não quero voltar à escola e enfrentar os problemas de frente, até porque só consigo esconder-me atrás de falsos sorrisos, mas isso já não vai acontecer mais. Posso não dizer nada,  posso não fazer nada, mas vais notar que estou triste, não sei é se vais perguntar o que se passa. Por favor, não a defendas mais, não discutas mais comigo. Beija-me apenas.