Amor, as coisas com ela nunca foram fáceis, e, 19 anos depois chego à conclusão que nunca vão ser. As coisas nunca vão ser normais, como as outras mães e as outras filhas.
Se fico chateada quando estranhos dizem que fiz algo que eu não fiz, ou que dizem que eu menti e não menti, fico muito mais chateada e desiludida quando é a minha própria mãe, a dizer que menti, quando isso não é verdade.
Faz-se de coitada para toda a gente. É coitada porque teve uma infância difícil, porque teve um casamento falhado, porque não tem amigos, porque não tem emprego, porque é doente, e ainda porque a filha nunca faz nada. Para ela nunca faço nada, e se faço está sempre mal. Quando lhe conto alguma coisa que fiz, no meu dia-a-dia, diz logo que fiz mal. Por isso já não lhe conto mais nada, se já contava pouco, então agora é mesmo nada. Também vou contar para quê? Para ela dizer que é mentira? Dispenso
Agora mais que nunca preciso do teu jantar, para desanuviar e ter um tempo só para mim, sem gritos, sem desconfianças, sem discussões. Não quero pensar mais nela, no que ela quer, ou no que a faz feliz. Só quero fingir que ela não está no quarto ao lado.Pedi-lhe para não me falar mais, e tecnicamente não fala, só diz "faz isto", "faz aquilo", para variar.
Porque se fosse lá, ia-me apenas magoar. Ele não ia mudar de ideias por isso, e se mudasse provavelmente só serviria para me deixar passadas umas semanas. E porque ele disse que acha que já não me ama, que estava apenas a obrigar-se a ele mesmo a voltar a gostar de mim. Embora não acredite nisso, não posso mesmo ir lá :/
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